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Dos jornais IX

"Começaram a mandar o pessoal sair por fases, a partir das 10 horas, porque estava previsto juntarmo-nos em massa no final do turno. Mandaram embora mais cedo para nos dispersarem. Entretanto um grupo pendurou as batas e, passado um bocado, o porteiro veio recolhê-las. Sentimos que foi uma falta de respeito recolherem assim as batas”, contou Catarina Almeida, de 43 anos, adiantando que já ontem as tinham "tentado demover da ideia" de pendurarem as batas, "para passarem em branco”.

Dos jornais VII

 

Dos jornais VI

 

Dos jornais IV

«Portugueses aderem em força a nova substância para dormir.»  «As pessoas querem é crisântemos bonitos.»  Há uma ligação misteriosa entre estes dois títulos do JN.

Dos jornais III

Não é preciso artes de bruxaria para ver o futuro; as notícias que vou lendo das catástrofes provocadas pelas alterações do clima na Grécia são o nosso futuro. As imagens parecem saídas dos filmes bíblicos dos estúdios de Hollywood — já sabemos como é que a história acaba.

Dos jornais II

«Cinco guardas prisionais foram destacados para escoltarem um recluso do Estabelecimento Prisional do Linhó, Sintra, a uma sala de cinema no Estoril, Cascais.»  A notícia não diz o nome do filme, mas eu tenho um palpite.

Dos jornais I

As autoras do estudo Como Comemos o que Comemos – Um Retrato do Consumo de Refeições em Portugal , criaram quatro grupos (não sei porquê, preferem dizer  clusters ) para explicar como nos alimentamos: gregárias emancipadas, caseiras remediadas, profissionais diligentes, universitários desengajados.  As designações são extraordinárias, mas podiam ter ido mais longe na definição — por exemplo, universitários desengajados podia ser universitários   sem gajo/gaja . • • • Parece que precisamos de Boris Vian para resolver este imbróglio das estações à esquerda . Não é difícil, basta inverter a marcha dos autocarros — uma nova acepção de negativos e uma nova maneira de encarar o trânsito urbano.

60 euros

Ao jantar, um amigo conta-nos que coleccionou durante muitos anos todos os números dos jornais Blitz , Sete , Independente , Público , e das revistas Kapa , Sábado , Visão e Time Out . Tudo rigorosamente organizado por título e ordem cronológica, e arrumado na cave da casa dos pais. Quando o espaço na cave acabou, começou a guardar na despensa do apartamento onde vive. Há pouco tempo, o pai precisou de usar a cave. Ou ele tirava os jornais ou tudo desapareceria numa alegre fogueira. O meu amigo conseguiu vender a colecção do Blitz a outro coleccionador, manteve os números da Kapa e um ou outro jornal que considerava mais importante, e o resto acabou vendido a peso. Mais de uma tonelada de papel: 1300 quilos. 60 euros. E aqui termina a história de milhares de jornais e revistas em papel.

Papel e tinta

Artigos, crónicas, apontamentos, números, dados, estatísticas, análises das estatísticas, previsões, opiniões sobre as previsões, opiniões sobre as opiniões. E, no entanto, já quase não há tinta a pintar o papel. O que resta é a superfície brilhante e higiénica de um ecrã. Nada mais. O toque dos dedos no papel, o cheiro da tinta, punham-nos em contacto com a matéria do mundo, lembravam-nos que para cada facto existe um abismo de causas e efeitos, de fluxos e refluxos. É preciso sol, chuva, terra e tempo para criar papel. O ecrã é plano, não tem memória nem profundidade. Mas talvez seja a minha imaginação a querer exigir ao papel e à tinta respostas que não existem. Respostas que ninguém tem.