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A mostrar mensagens com a etiqueta João Pedro George

Schöne Welt, wo bist du?

Se a Sally Rooney fosse portuguesa, o João Pedro George já a tinha esfrangalhado (i.e., exposto as fragilidades, o fastio e o tremendo emproamento) nas páginas da Sábado. Podíamos rir um bocado, coisa que as personagens não sabem fazer (nem a própria Sally Rooney, desconfio), e já não se perdia tudo.  Sempre que um livro encaixa nesse conceito foleiro de escrita geracional ou é canalizado, imediata e apressadamente, para as adaptações televisivas, é sinal que o princípio activo da literatura está em falta. Por mais influências sonantes que se apregoem. Aliás, às vezes até são as influências que dão cabo do trabalho (?) (ver o modo como Sally Rooney chegou ao título).
— E aquela história do Fernando Namora, O Caso do Sonâmbulo Chupista ?  Eu apenas fiz a divulgação da vigarice do Namora… Eu estou em Agosto na cervejaria Trindade com o Serafim Ferreira e com o Herberto Helder, que se está a queixar que aquela gaja, a Maria Estela Guedes, tinha feito um livro com textos que tinha roubado, e de repente o Serafim diz: “opá, isso plágios é o que para aí há mais, eu tenho lá em casa a edição especial da Aparição que me deu o Vergílio Ferreira com coisas anotadas que o Namora lhe roubou...” E eu estou a ouvir aquilo e estou calado. No dia seguinte telefono para a Amadora, onde mora o Serafim, e pergunto: “ouve lá, aquela tua conversa de ontem, aquilo era blague de café ou era a sério?” “Não, tenho cá o exemplar da Aparição . Combinámos então o terrível crime nas escadinhas do duque, em que ao cimo das escadinhas eu digo: “ouve lá, tu vais fazer um panfleto e eu edito-te e vamos ganhar um bocado de massa os dois, estamos em Agosto, agora não se vende nad

Luiz Pacheco — variante pedagogo e editor

Para desanuviar de tantos romances e falsos poemas atabalhoados, deitei a mão ao  Crocodilo que Voa.  Nem sabia se teria coragem para ler as doze entrevistas de seguida; achei que ia despachar a introdução, passar os olhos pelo resto e devolver. Mas não, vai tudo de enfiada, com elevada concentração e prazer. O texto do João Pedro George é certeiro, apresenta uma perspectiva sobre a obra e a vida de Luiz Pacheco lúcida e sem maneirismos (fiquei com vontade de ler  Extravagante, excéntrico, raro , de Carlos Castillo del Pino, aliás todo o livro  La extravagancia ). Conhecia João Pedro George do blogue esplanar e, mais recentemente, dos primeiros parágrafos das crónicas na revista Sábado; sempre lhe apreciei a frase firme e o pensamento solto, agora tenho de estar atenta à chegada da biografia à biblioteca (“Puta que os pariu!”, também da Tinta da China). Em relação às entrevistas, Luiz Pacheco explica muito bem o que se passa: “... eu tenho um balanço, um pé muito bem calçado de ent