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A mostrar mensagens com a etiqueta A Noite de Walpurgis

O Fausto de Meyrink

« Tirando as lunetas, viu diante de si um homem nu, que só trazia uma pele de animal em torno dos rins; uma personagem de alta estatura, de pele morena, espantosamente magro, que tinha colocada na cabeça uma mitra negra, sobre a qual se acendiam partículas de ouro. O médico da Corte percebeu imediatamente que se tratava de Lúcifer , mas não se sentiu nada surpreendido, porquanto, intimamente, havia já muito tempo que esperava por aquela aparição. - Tu és o homem que pode realizar todos os desejos? - perguntou-lhe, inclinando-se voluntariamente. - Podes também...? - Sim, eu sou o deus em cujas mãos os homens entregam os seus desejos - interrompeu o fantasma, indicando a pele que lhe cingia os rins. - Entre todos os deuses, sou o único que usa cinto: os outros são assexuados. Só eu posso compreender os desejos. Aquele que é verdadeiramente assexuado esqueceu para sempre o que são desejos. A mais profunda raiz de todo o desejo, seja ele qual for, raiz impossível de descobrir, repousa

A origem da revolução

O [café] "Rã Verde" possuía um certo passado histórico, porquanto se dizia que ali nascera a revolução de 1848. Tal era, noite após noite, o tema da conversa dos frequentadores habituais, que nas diversas mesas se interrogavam se a revolução não teria sido consequência do vinho ligeiramente ácido que o patrão daquela época servia aos seus clientes, ou se teria sido devida a outras causas. Gustav Meyrink, A Noite de Walpurgis . Tradução de Maria Teresa Antunes Cardoso.