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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2016

Uma bela vida

Antes de tudo tomar o rumo feliz que tomou, as coisas eram muito diferentes. Giovanni Capirola não tinha descanso. Todas as madrugadas, ainda antes de o dia despontar, os pássaros acordavam-no com uma autêntica avalanche de chilreios e assobios. E cumpriam tão fervorosamente as suas obrigações matinais, que Giovanni não se lembrava de ter dormido uma noite inteira em toda a sua vida. E isso custava-lhe muitos desgostos. E foi assim, dia após dia, ano após ano. Desde que nasceu. Ora, ao fim de todo aquele tempo de convívio, Giovanni tornara-se capaz de imitar a linguagem misteriosa e rebuscada dos pássaros, até aos mais ínfimos pormenores. Conseguia enganar qualquer criatura com penas, mesmo as mais desconfiadas. Atraía-as com chamamentos amorosos, por exemplo, e depois caçava-as com as próprias mãos. Um após outro, posso assegurá-lo, todos os pássaros desapareceram. Todos menos um. Giovanni poupou um pintassilgo ( Carduelis carduelis ), a que deu o nome de Sofia Von Fulda e que tomou

Oh, valha-me deus!

Penso que não há dúvida alguma quanto à vocação cristã de Bau­delaire, mas é bom lembrar que há um abismo entre essa vocação e o que se poderia entender como sua atuação cristã. O que mais desconcerta no tocante a essa questão é perceber a fá­ustica oscilação de Baudelaire entre Deus e o Diabo, o que o le­va amiúde à prática das mais ingênuas e primitivas formas de maniqueísmo, o que se agrava devido ao uso que fazia o poeta de termos litúrgicos inadequados e cujo exato sentido ele decerto não chegou a compreender. Por isso mesmo, sempre que abordam temas religiosos, seus poemas acusam uma dupla impertinência: a da linguagem e a das noções expressas por essa linguagem. Há que se en­tender ainda que Baudelaire não era propriamente uma anima naturaliter chris­tiana, e sim uma anima natu­ra­liter religiosa, capaz, portanto, de criar uma religião particular que nenhuma relação guardasse com a religião tradicional, como acontece no poema “As litanias de Satã”, no qual o poeta estabelece um

O aspirador

Gramática para estrangeiros

Mesóclise Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo. Observações: a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise. b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre a ênclise. c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.