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Mise-en-scène

Os tacões são importantes, mas o que conta mesmo para ganhar uma discussão com o patronato em que nos tentam encostar à parede com ardis sonsos, é ter lido Michael Kohlhaas, Antígona, e outros livros do género combativo; ter aprendido com Straub e Huillet uma entoação de voz vigorosa e movimentos do corpo leves e decididos. E já agora, também devo a Cioran a escolha das palavras mais destemidas e violentas. No fundo, são eles o meu sindicato.

A ordem do dia

Quem supõe paradoxal que um pensamento com tintas fascistas se combine com o suporte empresarial e midiático, que se refastela hoje com as reformas liberais, é o caso de lembrar o entusiasmado apoio que Hitler recebeu das empresas alemãs – sem o qual, certamente, não teria chegado tão longe no domínio territorial da Europa e na produção industrial do genocídio. Em A ordem do dia (Tusquets), Éric Vuillard descreve a reunião que firmou as bases deste acordo, em 1933. O que disse, Hitler, que convenceu os capitães da indústria? “Era preciso acabar com um regime fraco, afastar a ameaça comunista, suprimir os sindicatos e permitir que cada patrão fosse um Führer em sua empresa”. Marcelo Semer.