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Segunda-feira, 1 de junho de 1953.

Com o mês de junho, vêm também as tristezas e a melancolia.  Diário de Ozu

1 janeiro de 1966

Fui passear junto ao Marne, para os lados de Tribarldon (?). As cheias dão ao rio o aspecto do Mississippi. Cinco horas de marcha quase todo tempo com o vento pela frente. Alegria de me mexer, de me esforçar fisicamente, mas por trás desta alegria sentia a presença de uma melancolia que, a certa altura, quase provocou uma crise de lágrimas. Tudo isso, sem a cumplicidade de nenhum pensamento. Emil Cioran, Cadernos 1957-1972

Uma pequenina luz

O Natal atira-me para um estado de aguda melancolia. Não sei explicar. Ou melhor, sei. Claro que sei. Há demasiadas luzes a cintilar, bonecos de neve nas janelas, Pais Natais a pilhas e duendes a agitar as ancas de plástico, Frank Sinatra e Bing Crosby aos abraços pelas ruas, a árvore de 34 metros de altura por 15 metros de largura na praça, mil paisagens nevadas dos alpes suíços em mil montras de lojas de pronto-a-vestir. E não há uma única luz a cintilar dentro de mim. «Uma pequenina luz bruxuleante. Une toute petite lumière, just a little light, una picolla…» Nada. Gosto de rabanadas, apenas isso.