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Palavras de outra ordem

Num dos seus discursos recentes, Pedro Nuno Santos disse: «O Portugal que queremos construir é um Portugal onde todos têm lugar , onde ninguém é esquecido, onde ninguém é invisível e fica para depois.» A referência ao Teatro Natural de Oklahoma é evidente. No cartaz junto ao Estádio do Mar, Mariana Mortágua é empurrada para a acção com a frase «não lhes dês descanso» — sem dúvida, uma variante de «vai e dá-lhes trabalho!».  São palavras fortes e necessárias. Espero que eles estejam à altura das citações.

O teatro natural de Oklahoma

Este hipódromo é ao mesmo tempo um teatro e isto constitui um enigma. Mas o lugar enigmático e a figura clara e transparente de Karl Rossman encontram-se estreitamente ligados. Transparente, puro, talvez frouxo de carácter, é-o com efeito Karl Rossman, e é-o no sentido em que Franz Rosenzweig, no seu livro Stern der Erlosung , diz que na China o homem interior se acha «privado de carácter, o conceito de sábio, tal como desde Confúcio tem sido classicamente encarnado, apaga todas as possíveis particularidades de carácter. O que distingue o homem chinês é algo diferente do carácter: uma pureza de sentimentos elementar». Por mais que isso possa explicar-se teoricamente — a pureza de sentimentos talvez seja um equilíbrio excepcionalmente refinado do comportamento mímico —, a verdade é que o teatro natural de Oklahoma nos encaminha para o teatro chinês, que é um teatro de mímica. Uma das funções mais importantes deste teatro natural consiste em transformar o acontecer em gesto. É possível