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Seis da tarde

Às seis da tarde é quase noite cerrada. O empregado do Vitória baixa discretamente a luz dos candeeiros. Há três gatos pingados a ler na sala que dá para a rua. A esta luz parda de velório, é impossível decifrar as letras no papel. Fecho o livro, pago o café e saio. É a vez da grande sombra pôr os óculos e ler-me a mim: «Era uma vez um fantasma com calças a caminho de casa.»

Um laburno

No pequeno jardim do Café Vitória, há um laburno. Uma árvore comum na Europa Central e nos Balcãs, mas relativamente rara em Portugal. É a árvore mais bonita da cidade. Está, neste momento, em plena floração. O jardim está coberto de milhares de flores amarelas, pequenas e delicadas. Se lhes pegamos, desfazem-se entre os dedos. Leio no dicionário que a madeira é utilizada na confecção de instrumentos musicais em lugar do ébano. E que aquelas flores, pequenas e delicadas, contêm citisina e que, por isso, são extraordinariamente venenosas.