HAMLET: Ter ou haver a podridão é essa. AGRIFONTE: Isto já é demais. (Vai ao município apanha o documento e volta) Hamlet, meu amigo, teu pai, o bom pai que te deu esta história, acaba de falecer incauto. HAMLET: (Extraviado, rindo com infinita amargura) Ah, ah, ah... Meu pai deu-me o conto. E que conto! J'en pense le plus de mal possible. O ESPECTRO DO PAI: (Aparecendo) Senhores, a comida está na mesa. Saem todos. A paisagem agora vazia lembra um daqueles envergonhados particípios que faziam a delícia dos nossos ancestres. Luís Buñuel, Hamlet - Tragédia cómica, Acto terceiro, Cena II. Tradução de Mário Cesariny.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral