Os discursos de António Costa são mal amanhados e quando ele se irrita (e irrita-se muitas vezes) engasga-se nas palavras e as frases parecem refletir pensamentos encavalitados e isso é mau — principalmente para os comentadores que apreciam a fineza oratória. No entanto, no discurso de ontem, creio que já perto do fim, Costa falou em «disponibilidade para a solidão» — talvez estivesse a pensar no Príncipe de Salina, talvez não, mas foi a melhor parte do discurso.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral