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Lá em Cima dá trabalho a analisar e isso tem a ver, creio, com o método que Hong Sang-soo usa desta vez.  O filme parece um daqueles discos em vinil que tem mais do que uma estria num lado : o que se ouve depende do sítio onde pousamos a agulha.

Ainda a propósito dos filmes mais recentes de Hong Sang-soo

Nos filmes mais recentes de Hong Sang-soo, Lá em Cima e A Romancista e o seu Filme , há várias sequências em que os maços de tabaco foram substituídos por cigarros electrónicos. E quase no final de A Romancista… , a personagem principal tem de fumar às escondidas, em segundo plano, e de costas para a câmara, porque a cena passa-se num local «livre de fumo». Outra personagem comenta algo até aqui impensável num filme de Hong Sang-soo: «Ela fuma muito.» Claro que nenhuma das situações representa uma concessão do realizador ao «ar dos tempos». O que acontece é o contrário. O cigarro electrónico é um objecto obviamente postiço nestes filmes. E a personagem que «fuma muito», que se afasta e vira as costas ao centro da cena, é uma justa alegoria da obra de Hong Sang-soo.