Gosto do modo desembaraçado como Cioran atribui características físicas às palavras. Nos seus livros, a linguagem é uma entidade viva ou, pelo menos, ainda viva . O definhamento e a doença já estão agarrados à pele das frases, mas ainda há uma respiração, uma rala cavernosa. Não sabemos se os pensamentos se safam ou não. Se cheira a lírios ou a cadáver.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral