Acordei com uma sensação física de perigo: a boca cheia de sangue. Impressão falsa. Voltei a adormecer, retomei à mesma cena. Vi o interior da minha boca num espelho; já não havia sangue, era uma estrutura enorme — parecia uma catedral destruída. Não sei se os coleccionadores de arte conseguem a proeza de ter sonhos influenciados por Francis Bacon.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral