Perto do cruzamento com a Marechal, numa moradia um bocado antiga mas com os requintes da época, há um roseiral. Em rigor, é apenas uma amostra de roseiral, uma coisa quase kitsch, um talhão junto ao muro. Cercado com rede para proteger as rosas de quem passa na rua e dos cães da casa. Volta e meia vejo lá jardineiros profissionais, com ferramentas e adubos. No inverno cortaram rente todos os ramos e aquilo parecia um local de guerra: querem que nasça tudo de novo, com mais vigor e de forma adequada. As rosas já começaram a crescer; cor de laranja, amarelas, brancas, vários matizes de cor de rosa, vermelho vivo, um lilás raro. Todas cheias de força desordenada. As rosas ganham sempre aos jardineiros e aos donos dos jardins.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral