Manhã de domingo. Sol, um pouco de vento e colunas de som aos gritos na esplanada. Tudo à nossa volta desaba sob o barulho. O barulho remexe em tudo. Este horror ao silêncio é uma coisa difícil de suportar. Não há café, esplanada, restaurante, tasca, sala de espera, estação de metro, lugar público, onde não sejamos esfolados por «música» ou relatos televisivos de jogos de futebol. Que maneira tão triste de evitar a solidão e tornar a morte mais fácil.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral