Na altura não anotei e agora corro o risco de me enganar. Quando encontrar o Saguenail, tenho de confirmar se a história é mesmo assim. A situação é esta (estou a dormir ou acordada?): corro, corro, mas não consigo apanhar o autocarro. Lá vai ele, cheio de pressa e eu apeada. O que é que faço? Ora bem, segundo a lógica ou fico parada à espera do próximo ou vou indo para a paragem seguinte. Mas a patafísica (consciente? inconsciente? com ou sem apóstrofo? Tu não tens irmão e ele gosta de queijo . Sem dúvida!) diz que tenho outra hipótese muito mais interessante: ir para trás, para a paragem anterior. Os argumentos a favor desta inversão são claros: não me aborreço, apanho o autocarro mais cedo e mais vazio, e prego uma partida aos parâmetros de vida que nos impingem — o caminho nem sempre é em frente.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral