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Andar para trás (pas ta physique)

Na altura não anotei e agora corro o risco de me enganar. Quando encontrar o Saguenail, tenho de confirmar se a história é mesmo assim.  A situação é esta (estou a dormir ou acordada?): corro, corro, mas não consigo apanhar o autocarro. Lá vai ele, cheio de pressa e eu apeada. O que é que faço? Ora bem, segundo a lógica ou fico parada à espera do próximo ou vou indo para a paragem seguinte. Mas a patafísica (consciente? inconsciente? com ou sem apóstrofo? Tu não tens irmão e ele gosta de queijo . Sem dúvida!) diz que tenho outra hipótese muito mais interessante: ir para trás, para a paragem anterior. Os argumentos a favor desta inversão são claros: não me aborreço, apanho o autocarro mais cedo e mais vazio, e prego uma partida aos parâmetros de vida que nos impingem — o caminho nem sempre é em frente.

Flannery O’Connor e as galinhas

Take one Quando tinha seis anos tive uma galinha que andava para trás e apareceu na Pathé News. Eu aparecia junto com a galinha. Estava ali apenas para ajudar a galinha mas foi o ponto alto da minha vida. Desde então tem sido tudo anti-clímax. Take two Quando tinha cinco anos, tive uma experiência que me marcou para toda a vida. A Pathé News enviou um fotógrafo de Nova Iorque a Savannah para tirar uma fotografia a uma das minhas galinhas. Essa galinha, uma Cochin Buff Bantam, distinguia-se porque conseguia andar para a frente e para trás. A sua fama espalhou-se pela imprensa, quando chamou a atenção da Pathé News suponho que já não havia mais nenhum sítio para onde ela pudesse ir — nem para a frente nem para trás. Pouco depois morreu, como agora parece apropriado. A partir desse dia com o homem da Pathé, comecei a colecionar galinhas. O que tinha sido apenas um interesse moderado tornou-se uma paixão, uma demanda. Preferia as que tinham um olho verde e outro laranja, ou com pesco...