Portei-me bem e não abandonei o livro. No fim, continuo a achar que “Pequenos fogos em todo o lado” podia ser a consequência satisfatória de um curso de escrita criativa e nada mais do que isso. Nota-se demasiado o esforço de composição, quer da trama quer das personagens e, apesar do título promissor, os fogos são tão pequenos que se apagam com um sopro, não é preciso chamar os bombeiros, nem fazem tábua rasa de nada. A aflição do livro é meramente ilustrativa, como se costuma dizer na publicidade. Cheia de ligeireza, apetece-me classificar Celeste Ng como uma promissora pré-argumentista — e é um pau. Claro que a minha opinião é mais severa porque li há uns meses “Os lança-chamas”, de Rachel Kushner, acabei por estabelecer um paralelo entre os dois livros e Kushner ganhou o round. Durante a leitura d’ “Os lança-chamas” fui aderindo a tudo: às personagens, à montagem, à variedade de histórias sobrepostas, ao fulgor, ao ritmo polifónico, à mistura entre documentário e ficção. Carreg
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral