Depois de ver a primeira parte de Trenque Lauquen , nessa mesma noite, sonhei com o filme e resolvi o mistério: não se tratava de fuga ou desaparecimento, aqueles dois homens não conseguiam encontrar Laura porque ela tinha-se transformado num pronome. A dormir, isso era uma coisa aceitável. Ao ver a segunda parte percebi que, para além da estupidez intrínseca do sonho, sou irritantemente europeia, quer dizer, só gostei da última sequência em que a personagem Laura e a actriz Laura piram-se aos devaneios fantásticos da realizadora Laura. Essa fuga está ao nível do recado impecável que ela deixa no pára-brisas e, quem sabe, ao nível de Alexandra Kollontai.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral