Sendo a quantidade de obras em curso [no reinado de D. Manuel] tão grande, a sua execução dependia de um controlo inflexível de todo o processo, dos materiais aos executantes. O rei envolve-se pessoalmente em todo este processo e, sabendo que precisa de pintores de qualidade, insuficientes em Portugal, manda Francisco Henriques, ele próprio um flamengo, à Flandres para recrutar mão-de-obra com o dinheiro resultante da venda dos 550 quilos de pimenta que leva na bagagem. É provável, defende Joaquim Caetano, [director do MNAA], que Frei Carlos e o Mestre da Lourinhã tenham vindo neste grupo de artistas recrutados a pimenta. Lucinda Canelas, no jornal Público de hoje, a propósito da exposição Vi o Reino Renovar. Arte no Tempo de D. Manuel , no MNAA.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral