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Labirinto da liberdade

Leio no jornal que um grupo de quatro mulheres dirigiu insultos xenófobos aos organizadores e participantes de uma exposição sobre a Ucrânia, intitulada Labirinto da Liberdade , junto à Estação de Metro da Trindade, no Porto. As mulheres gritaram , entre outras infâmias, «Não queremos cá os imigrantes», «Estão na minha terra» e «Faço o que quero». Isto aconteceu ontem. Dois dias antes, um outro grupo de extrema-direita expulsou da Casa do Tempo, em Cabeceiras de Basto, dezenas de pessoas que participavam numa sessão pública de esclarecimento sobre igualdade de género e orientação sexual. Segundo o jornal , um dos insultos que os militantes de extrema-direita dirigiram às mulheres foi «ide para casa fazer sopa».

Sou como

Manhã cedo. Antes de sair para o trabalho, bebo um café apressado. No rádio, alguém canta qualquer coisa cujo refrão me parece: «Sou como sopa.» Ouço com mais atenção. Afinal, o artista canta um banalíssimo: «Sou como sou.» O encanto desfaz-se. Desligo o rádio. Corro para o autocarro.

Falta de concentração

As personagens literárias parecem-se connosco, só que são construídas de um modo mais concentrado.  Enquanto nós somos aquela sopa de legumes que vem nas ementas dos restaurantes e os empregados apenas sabem que são feitas com legumes; as personagens literárias seguem um plano existencial definido (receita), têm características apuradas e distintas — são caldo verde, canja de galinha, sopa de beldroegas com queijo de cabra ou até, em caso de extrema necessidade,  vichyssoise .