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Passageiros

No intercidades, o passageiro ao meu lado não afasta os olhos do telemóvel. Tem um livro pousado sobre os joelhos, que permanece fechado durante toda a viagem, com uma capa monstruosa e o seguinte título: A fábrica de cretinos digitais . 

Olhar pela janela

É cedo. Ainda não há turistas no metro. Apenas gente que se desloca para o trabalho e que, como sempre, faz a viagem sem levantar os olhos do telemóvel. De súbito, apercebo-me de um tipo, o único na carruagem cheia, que olha pela janela. Não tem telemóvel. Não tem um livro, um jornal. Limita-se a olhar pela janela, estação após estação. Quem é ele? Um fantasma do passado? Um sábio? Um louco?

Aquela que duvida (selfie V)

Entre outras coisas, não estar nas redes sociais e ter um telemóvel de vinte euros descreve-me como uma pessoa antiquada — o que não é completamente errado. Aos poucos, essa falha comunicacional começa também a qualificar-me como pessoa suspeita — talvez também não seja completamente errado, mas prefiro a palavra “duvidosa”.