Coloco a máscara. Saio de casa. Os óculos embaciam imediatamente. Tiro-os e guardo-os no saco. Imagino que se me cruzar com um amigo, de máscara e sem óculos, não me irá reconhecer. Imagino que avanço pela rua como se fosse invisível. Que não sou daqui nem de lado nenhum. Acho graça à ideia. Não, não acho graça à ideia.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral