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A mostrar mensagens com a etiqueta Rachel Kushner

Early life

Concordo com George Saunders quando diz: Kushner é uma jovem mestre. Não entendo como sabe tanto e consegue passar esse conhecimento para os seus livros de uma forma tão interessante.   Mas acho que aquilo do não entendo como é retórica. Basta espreitar a página da Wikipédia da Kushner para entender alguma coisa, basta até o primeiro parágrafo:  Kushner was born in Eugene, Oregon, the daughter of two Communist scientists, one Jewish and one Unitarian, whom she has called "deeply unconventional people from the beatnik generation." Her mother arranged after-school work for her straightening and alphabetizing books at a feminist bookstore when she was 5 years old (...).

you make my heart sing

Reactivei as idas à Biblioteca Almeida Garrett (onde, confirmei mais uma vez cheia de vaidade e surpresa, sou reconhecida pelo nome). Para festejar o evento, trouxe Emmanuel Bove traduzido por Manuel Resende e Rachel Kushner traduzida José Miguel Silva. É um alegria pegada, não consigo perceber de qual dos quatro gosto mais.

Celeste Ng x Rachel Kushner

Portei-me bem e não abandonei o livro. No fim, continuo a achar que “Pequenos fogos em todo o lado” podia ser a consequência satisfatória de um curso de escrita criativa e nada mais do que isso. Nota-se demasiado o esforço de composição, quer da trama quer das personagens e, apesar do título promissor, os fogos são tão pequenos que se apagam com um sopro, não é preciso chamar os bombeiros, nem fazem tábua rasa de nada. A aflição do livro é meramente ilustrativa, como se costuma dizer na publicidade. Cheia de ligeireza, apetece-me classificar Celeste Ng como uma promissora pré-argumentista — e é um pau. Claro que a minha opinião é mais severa porque li há uns meses “Os lança-chamas”, de Rachel Kushner, acabei por estabelecer um paralelo entre os dois livros e Kushner ganhou o round. Durante a leitura d’ “Os lança-chamas” fui aderindo a tudo: às personagens, à montagem, à variedade de histórias sobrepostas, ao fulgor, ao ritmo polifónico, à mistura entre documentário e ficção.

Nível avançado

Everly estava no chão, a ler e a ver televisão ao mesmo tempo, uma habilidade que andava a desenvolver. Willy dizia que era possível fazer as duas coisas em simultâneo desde que decidíssemos qual delas era o ritmo e qual a melodia. O nosso espírito decidiria como organizar e absorver duas actividades diferentes, desde que a uma delas chamássemos maior e à outra menor. Ele ouvia música e lia a Popular   Mechanics , e dizia que conseguia cantar e escrever uma carta ao mesmo tempo, fazer somas e subtrações enquanto fazia pão de milho. Dizia que, se Everly praticasse, poderia chegar a um ponto em que o espírito dela conseguia absorver duas melodias ou dois ritmos — coisas de igual valor — sem perder nada de nenhuma delas. Mas que esse era um nível avançado. Telex de Cuba, de Rachel Kushner, tradução de Jorge Pereirinha Pires, Relógio d’ Água, páginas 302 e 303