“Há um momento em que Manuel Graça Dias é imbatível, no sentido em que ele comunica, fala, escreve e desenha de um modo que é diferente”, afirma Jorge Figueira, tese que defende no seu livro A Periferia Perfeita, pós-Modernidade na Arquitectura Portuguesa (1960-1980). Nesse momento, na passagem dos anos 80 para os anos 90, “quando está a fazer as primeiras obras, quando escreve em O Independente, quando faz o Pavilhão de Sevilha, ele é o arquitecto mais alegre, mais radioso, mais interveniente, mais arguto ”. Mostra a uma geração de jovens estudantes e de arquitectos recém-formados que há uma forma diferente de ser arquitecto e de fazer arquitectura portuguesa. “ Coloca o quotidiano na arquitectura, o pequeno episódio, as incongruências, aquilo que não é necessariamente bonito e aceite pelo bom gosto. Ele coloca tudo isso como matéria da arquitectura, passível de ser lido e abraçado pelos arquitectos” , continua Jorge Figueira. Texto de Isabel Salema, fotografia de Nuno Ferr
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral