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A mostrar mensagens com a etiqueta pedras

Sagen Sie’s den Steinen

Apetece brincar à cama de gato e pegar nas linhas éticas/estéticas com que o Luis Miguel Oliveira juntou Trás-os-Montes , No Quarto de Vanda e Sicília! e, seguindo a minha pancada por pedras, mudar a forma para: Trás-os-Montes , The Searchers , Antígona . — Rui! Rui! Que pedra é esta?  — É a pedra do raio! Quando há trovoada muito forte, cai o raio, entra pelo chão adentro…então fica lá uma pedra muito pesada e muito escura!
Desta vez, Antígona  pareceu-me claramente um western como os de John Ford. Bom, entusiasmei-me, devia dizer que o filme faz parte dessa família, um ramo menos cavalgante, sem dúvida. Consigo arranjar quatro provas: Creonte e Antígona têm o ímpeto físico dos actores de Ford; o teatro do Segesta, na Sicília, faz lembrar um daqueles tribunais onde o realizador americano mostra a ruindade dos poderosos e a solidão dos justos; é o filme com mais pedras que já vi; e, como diz Straub, «John Ford ainda é o mais brechtiano dos cineastas, porque mostra coisas que fazem com que as pessoas pensem raios me partam, isto é verdade ou não ?»
Onde vamos livres Onde vamos presos correr como rios durar como pedras e lançar raízes  António Reis, poemas quotidianos (edição da Tinta da China).

Ordesa

Que raio de ideia, substituir um título tão bom como “Ordesa” — que, mais do que uma palavra, mais do que um nome, parece uma pedra na boca — por uma frase vaga e até um bocado pretensiosa.

O negócio das flores

Só vou ver os filmes de Clint Eastwood ao cinema quando ele aparece. Gosto de observar de perto o seu rosto cada vez mais velho, parece aquelas rochas que o Ford filmava no deserto — um misto de desgaste e consolidação. “Correio de droga” (a tradução literal “mula” é melhor) tem ainda outros benefícios: flores, cantorias no carro, inconstância moral, ritmo muito sincopado (deve ser influência da música) e uma cena final extraordinária quando Earl Stone percebe finalmente o negócio das flores .