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Não era preciso ouvir para saber

Nunca li nem ouvi falar da frase de Marx Diga-me o que comes e eu te direi quem és na minha juventude, mas isso era óbvio para mim, eu via o que os clientes da minha mãe compravam na mercearia de acordo com o bolso deles. Eu sabia muito bem em que dia o auxílio governamental «caía». Dizer que «eu sabia muito bem» não é muito preciso, era esse mundo que me moldava, não era preciso ouvir para saber. As palavras ligadas ao trabalho, à contratação e à demissão, «fazer cortes», etc., entraram no meu vocabulário naturalmente. Eu as escutava no café, ao lado da mercearia. Annie Ernaux, A escrita como faca e outros textos , tradução de Mariana Delfini. Citado por Kelvin Falcão Klein.

A community of desires

So , from November, 2012, to October, 2013, I kept a record of most of my visits to the Auchan superstore in Cergy, where I usually go, for reasons of convenience and pleasure essentially linked to its location inside the Trois Fontaines shopping center, the largest in Val-d’Oise.
Os espaços com as mercadorias eram cada vez maiores e mais bonitos, meticulosamente limpos, contrastando com o abandono do metrô e das escolas públicas. Um ano inteiro não bastaria para experimentar todos os tipos de iogurtes Annie Ernaux | revista piauí | Fotografia de Andreas Gursky