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24-6-947

Dedicatória numa edição de «Conversações com Goethe» , de Eckermann (Livraria Tavares Martins, 1947), que comprei esta manhã na Vandoma: Longe do bulício mundano/ Na paz tranquila do lar/ Será um bom companheiro/ Para ler e meditar.// Oferece a tua mulherzinha,/ Guimarães, 24-6-947. Além da dedicatória, o livro não tem outras marcas de uso. Parece nunca ter sido lido.

Mais adiante!

É nas últimas sequências do filme de Aleksandr Sokurov que Fausto  revela toda a amplitude do seu incontrolável desejo de superação. Nada é suficiente, nada o satisfaz, «fervilha nele a febre da distância» (Goethe, v. 303). MEFISTÓFELES (Mauricius): Fizemos um pacto. Eu fiz tudo o que prometi, mas tu… FAUSTO: Não é suficiente para mim. Valho mais do que isso. MEFISTÓFELES: Que mais queres? Outro sol? Outro homúnculo? Dois, talvez? FAUSTO: Não é suficiente para mim! A ambição de Fausto não conhece limites. O Diabo é apenas um instrumento — como, de resto, também Margarida — da cega avidez deste «pequeno deus do mundo». Na verdade, Fausto assassina o Diabo, lapidando-o: o símbolo máximo do pecado morre sob as pedras lançadas pelo maior dos pecadores. A sequência anterior ao assassínio de Mefistófeles, junta os dois personagens diante de um géiser. É o momento crucial do filme. O ponto onde o velho mundo e a modernidade se separam irremediavelmente. Onde acaba o mistério e começ

Explorados, alienados, exaustos, miseráveis

Há qualquer coisa de faustiano neste drama [ O fim das possibilidades , de Jean-Pierre Sarrazac] em vários níveis, qualquer coisa que nos faz pensar não tanto no Fausto de Goethe como no do compositor Hanns Eisler, também ele autor de um Johann Faustus (1952), no qual Mefisto relata a Deus um marasmo de tal ordem que os homens, explorados, alienados, exaustos, miseráveis, não dispõem já de meios para cometer os pecados capitais. David Lescot.