Devia haver um livro de Edward T. Hall sobre insultos e imprecações, do género dos que ele dedicou ao tempo e ao espaço. Na falta de fontes eruditas, restam as palavras vulgares (que até assentam melhor aos textos de Cioran, não me posso esquecer disso nunca). “ Ce monde qui ne vaut pas un crachat ” traduz-se quase automaticamente por “este mundo que não vale um peido”. (Pensei na rã, claro, mas eliminei-a logo — não me permito golpes desses.) Acho que Cioran era capaz de gostar desta troca escatológica; peido é mais angelical que escarro .
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral