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As relações entre homens e mulheres nos séc. 20/1

O cinema está cheio de imagens de relações dinâmicas entre homens e mulheres. Três exemplos transnacionais: nos filmes de Naruse, andar com alguém significa, antes de mais, andar ao lado de alguém ao longo das ruas e caminhos; Godard transforma o acto de ir para a cama num jogo de palavras e pensamentos (a riqueza da linguagem!); em Hong Sang-soo, os homens e as mulheres passam a maior parte do tempo à mesa, a comer, a beber e a conversar sobre coisas corriqueiras — tudo é graça.

Andar com Claudio Magris

Um dia havia de chegar ao Claudio Magris. Da última vez que fui à biblioteca, trouxe  um livrinho de textos instantâneos  que é mais ou menos como combinar um café com um desconhecido numa cidade estranha a ver no que dá. Na página 25, percebi que ele é fã de Naruse.
1. ”Andar com alguém" devia ser isso mesmo: andar lado a lado como nos filmes de Naruse. 2 . O dicionário diz que, neste caso, o verbo é transitivo e intransitivo. — Aprecio a contradição. Se continuarmos a ler, verificamos ainda que não se trata de um verbo copulativo. — Humor involuntário, também gosto. 3. Acho que nunca estudei os verbos copulativos. A gramática é uma coisa cada vez mais abstracta, complexa, inatingível. Imagino que o pessoal que trata do assunto trabalha num sítio parecido com a agência ultra-secreta dos Homens de Preto.