Tringapregos dá nome ao livro e compreende-se porquê — é uma personagem de alto gabarito. Grandioso. Tem tudo em demasia e tudo em falta. Porém, apesar do paleio imponente, das alcunhas cómicas e dos trajes ridículos (ah, a maravilha de imaginá-los), Trincapregos é apenas um dos “Valorosos” — um grupo de judeus da ilha grega de Cefalónia, os cinco primos Solal, homens desenfreados, sentimentalões, farsolas, pícaros, chanfrados e muito mais (...) judeus do sol e do bom humor eloquente e cavalheiresco, nós judeus do Mar e das maneiras elegantes, descendentes dos judeus de Espanha a cavalo, que andaram vestidos de seda e usaram adagas, fitas, rosas e espadas (...). O livro cresce em redor das peripécias destas personagens extravagantes. Através de aventuras calhadas para o torto, Albert Cohen capta o lado mais solar da existência — uma vida cheia de cores, de cheiros, de comida, de corpo, efervescente, zombeteira, imperfeita, desgraçada, de excesso, mais dionisíaca que o próprio Dionísi...