Num painel informativo da estação de metro do Marquês, alguém escreveu: «Amo-te Joana Couto-S. Teu… Hugo.» Podem cortar as árvores dos jardins e derrubar todos os muros. Os livros podem acabar, a literatura desaparecer, o papel extinguir-se. Mas nunca acabarão as declarações apaixonadas por escrito, em locais públicos ou proibidos. Talvez esta seja a prova definitiva da nossa fé no poder da escrita. Mesmo quando o amor se apagar, restarão aquelas longas e perenes reticências.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral