Traduzir deixa em nós restos doutra maneira de falar. Parece que alguém desconhecido decide as palavras e até o ritmo da frase, pelo menos durante um certo tempo. Sem querer, dou por mim a disparar palavras negativas de rajada : não, nunca, ninguém, nada, nem — todas na mesma linha, quase encostadas. Ultrapasso a dupla negativa e era apenas um recado.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral