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Entrevista a Bohumil Hrabal

O que é que lhe dá mais trabalho quando escreve? A verdadeira maçada está na labuta com os textos quando tenho de os passar a limpo. Por isso, penso que o verdadeiro escritor só começa no copiar e no juntar ao texto os acrescentos. Para mim, é precisamente por isso que Tolstoi é um génio, que copiou Guerra e Paz ao todo sete vezes, de pé, e que, no entanto, de acordo com os seus diários, ainda conseguiu divertir-se com a sua condessa na carpete da salinha. Tiro o chapéu a Tolstoi, um verdadeiro escritor e ainda por cima a consciência não só de uma nação, mas do mundo inteiro! É isso que me custa mais e me dá mais trabalho quando escrevo; não pensar em Tolstoi, em Guerra e Paz , na carpete da salinha... Bohumil Hrabal, Todos os meus gatos . Tradução de Anna Almeida.

A tragédia sexual de Leão Tolstoï

Montra da Livraria Académica. 

Admirou qualquer coisa, esticou-se e morreu.

As lições de George Saunders sobre os contos russos que fazem parte do livro «Nadar num lago à chuva» são porreiras. Ele é um tipo cheio de ideias (não só literárias, sorte nossa) e consegue manter nas aulas um discurso que é aparentado aos seus contos, pelo menos tem o mesmo sentido de humor e outra coisa que não sei dizer bem o que é, mas que me atrai sempre e muito. Já estou na análise do último conto, «Aliocha, o Pote », de Lev Tolstói, e confesso que fiquei espantada por achar esta história a mais admirável de todas. Se tivesse que responder a um questionário prévio, nunca escolheria Tolstói como escritor (russo) preferido e mesmo depois de ler a pequena narrativa e apesar de me dar conta da sua extrema resistência (como se diz dos materiais) ao entendimento, ainda não sabia da sua importância. Mas as dúvidas que Saunders levanta obrigaram-me a reler e a investigar. Foi a ambiguidade que Tolstói reservou para o final da história e da vida de Aliocha que provocou todo este alvoro...

Tolstoi ou Dostoiévski

Cada vez que penso no grande temor da morte em Tolstói, começo a compreender o pressentimento do fim dos elefantes. O sofrimento é a única causa da consciência (Dostoiévski). Os homens dividem-se em duas categorias: os que percebem isso, e os outros. Emil Cioran, Lágrimas e Santos.