Um morto que afinal está vivo. Uma mulher que cai do tecto. Outra que é muda e surda, e que de repente desata a falar e a ouvir as conversas. Um autocarro que anda mais rápido do que um comboio. Um ladrão que é polícia, e um polícia que se disfarça de ladrão. Na cabeça de Hitchcock, Number Seventeen (1932) era uma paródia aos filmes de detectives. Mas uma boa parte do público não viu o filme dessa maneira. Um morto pode perfeitamente estar vivo e não há nada mais trivial do que uma mulher cair do tecto.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral