A imagem de Grossman não me sai da cabeça. Impossível não pensar na gigantesca estátua oca de Stálin , o pai dos povos, como um estranho Saturno devorando os filhos, aprisionando-os no seu interior, um após outro, angustiado pela ideia de poder ser destronado por um deles. Ou um outro Zeus que contrariasse a mitologia e que, em lugar de gerar Dioniso no interior da coxa, aí o sepultasse para sempre.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral