Breves notas sobre a poesia de Manuel Resende II Estavam nus e despiram-se. (Love Store) Cada poema é uma branda, lenta e trágica queda para dentro. Um mergulho que começa em pleno mundo e avança pelo interior da pele. Porque não há nada que nos faça mergulhar mais profundamente na nossa solidão, senão participar do mundo e de todas as suas coisas, alegrias e dramas. Por isso, um verso branco conduz a um verso mais escuro. Uma coisa viva contém já a sua promessa de morte. Um restolhar de asas é uma espécie de pequena catástrofe. Desce Desce Desce para que te chegue ao fundo rebenta-me os pulmões os olhos as veias Ser tudo tão obscuro e solar (Crítica da Razão Pragmática.)
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral