Breves notas sobre a poesia de Manuel Resende I
O que mais impressiona é a música. Uma música de fundo, sempre presente, como um ostinato. Uma onda vagamente melancólica, que ecoa por toda a parte, num volume próximo do silêncio. Como um murmúrio, um sopro, um lamento. Uma música que nada exige, que não se impõe, não grita, que apenas se vai instalando, pouco a pouco, sem pressas, dentro do ouvido. A sempiterna e desolada música que atravessa os séculos. É o leve clamor do nosso desespero, o baixo contínuo do nosso destino mortal.
Não fosse tão difícil morrer tão lentamente.
(Eu Canto os Momentos Nativos.)
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