Por fim, interrogaram-se sobre se haveria homens nas estrelas. Porque não? E como a criação é harmónica, os habitantes de Sirius haviam de ser desmesurados, os de Marte de tamanho médio, os de Vénus muito pequenos. A não ser que seja tudo igual em toda a parte... Existem lá em cima comerciantes e guardas, lá se negoceia, lá se batem uns contra os outros, lá se destronam reis!... Algumas estrelas cadentes escorregaram de repente, descrevendo no céu como que a parábola de um monstruoso foguete. - Olha! - disse Bouvard - ali vão mundos que desaparecem. Gustave Flaubert, Bouvard e Pécuchet . Tradução de Pedro Tamen.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral