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Dos jornais I

As autoras do estudo Como Comemos o que Comemos – Um Retrato do Consumo de Refeições em Portugal , criaram quatro grupos (não sei porquê, preferem dizer  clusters ) para explicar como nos alimentamos: gregárias emancipadas, caseiras remediadas, profissionais diligentes, universitários desengajados.  As designações são extraordinárias, mas podiam ter ido mais longe na definição — por exemplo, universitários desengajados podia ser universitários   sem gajo/gaja . • • • Parece que precisamos de Boris Vian para resolver este imbróglio das estações à esquerda . Não é difícil, basta inverter a marcha dos autocarros — uma nova acepção de negativos e uma nova maneira de encarar o trânsito urbano.
(...) Ora, para concluir e regressando às paragens de metrobus , Rui Moreira preferiria umas “coisas levezinhas, envidraçadas”, quase invisíveis, para não perturbar as vistas idílicas da burguesia local. Ora, talvez me aventurasse a dizer que, para Álvaro Siza, que conserva ainda um sentido profundo e social daquilo que é fazer uma cidade — ao contrário do autarca portuense —, as paragens desenhadas em betão correspondem precisamente ao gesto arquitectónico de procurar marcar e tornar visível no espaço urbano aquilo a que a classe a que Rui Moreira pertence tende a não aceitar: o facto de a cidade não ser apenas a sua propriedade exclusiva, mas de todos. Nada há de mais social e definidor do território urbano do que esses pequenos equipamentos públicos tantas vezes desqualificados (inclusive pela própria CMP). São estes, na verdade, os grandes monumentos da vida quotidiana das cidades e dos seus moradores; e não certamente as vivendas privadas endinheiradas e kitsch da Avenida do Ma