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E continua

Na página 47:  «Natalie procurava o seu caminho nessa linha de pensamento: arrancar a música da dependência da máquina — mas por máquina ela também entendia a grande orquestra sinfónica e a produção de grandiosas óperas. Mas não pretendia o retorno ao «simplismo» — o cantor popular com banjo e pretensa voz de Kentucky; afirmava que a complexidade é essencial na grande arte, mas que essa complexidade deveria estar na música e não nos meios de a produzir. Disse-lhe que isso me lembrava Einstein, que fez tudo com um lápis e algumas folhas de papel e a sua cabeça, em vez de usar um ciclotrão de cinquenta milhões de dólares; os ciclotrões são muito rigorosos, mas, basicamente, Einstein era ainda mais rigoroso e muito mais barato. Ela gostou da ideia.»

Aproximar as coisas que nunca foram aproximadas

A maior parte das coisas interessantes que leio sobre cinema não foram escritas intencionalmente sobre cinema. Na página 26 de   Tão Longe de Sítio Nenhum , de Ursula K. Le Guin, apanhei um parágrafo que se aplica aos meus filmes preferidos e, mais adiante, uma óptima descrição do trabalho de Godard: De facto, pode dizer-se que a música é um outro modo de pensar, ou talvez pensar seja uma outra forma de música .