Na página 47: «Natalie procurava o seu caminho nessa linha de pensamento: arrancar a música da dependência da máquina — mas por máquina ela também entendia a grande orquestra sinfónica e a produção de grandiosas óperas. Mas não pretendia o retorno ao «simplismo» — o cantor popular com banjo e pretensa voz de Kentucky; afirmava que a complexidade é essencial na grande arte, mas que essa complexidade deveria estar na música e não nos meios de a produzir. Disse-lhe que isso me lembrava Einstein, que fez tudo com um lápis e algumas folhas de papel e a sua cabeça, em vez de usar um ciclotrão de cinquenta milhões de dólares; os ciclotrões são muito rigorosos, mas, basicamente, Einstein era ainda mais rigoroso e muito mais barato. Ela gostou da ideia.»
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral