Juan Filloy, em 1987. Nunca se interessou pelo sucesso, nunca se preocupou com isso? Absolutamente. E talvez por isso ele nunca tenha chegado. Ao longo da vida, não mexi um dedo, não bati à porta de uma editora. Pagava as minhas próprias edições: 300, 400 exemplares, impressos em gráficas de Rio Cuarto, e algumas de Buenos Aires, que depois distribuía pelos amigos. Fazia edições que designava por «edita mi corum». Nunca vendi um livro. Foi um worst-seller . Sim. E quando me envolvi com uma editora de Buenos Aires, assinei três contratos para a edição de 6000 exemplares. Editaram três romances ( Op Oloop , ¡Estafen! e La Potra ), mas não o que tenho em maior estima, Caterva . É um romance estuário: tem 560 páginas. É um bom romance, para muitos leitores o melhor que já escrevi. Sempre pensei que considerava La Potra como o seu melhor livro. Ah, sim, o que digo é que muitos amigos gostam mais de Caterva . Eu, claro, gosto de La Potra , e também de Op Oloop . Por outro lado, ¡Estafen! ...
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral