(...) Este mês de junho, a Cinemateca tem estado a passar os filmes da Regina Guimarães e do Saguenail: filmes que são só uma parte da prática deles de viverem ao mesmo tempo (ou de viverem o mesmo tempo) estes anos todos. Ora: estando no Porto, não pude ir a nenhuma sessão. (E a Regina não pôde vir conversar com a Odete, como faz todos os anos.) Mas vi que eles programaram, por entre os seus filmes, outros, de outras pessoas: filmes que conversam com os deles, que os provocaram. Acho que entretanto aprendi (também com eles, que programam filmes há anos e anos) que ver filmes, e vê-los como quem investiga um crime, é uma espécie de emprego: em que nos pagam em imagens e em faltas de ar. Por isso, quando penso em como seria a minha escola ideal (em que eu seria professor e aluno), só consigo pensar em algo deste género. Um lugar onde alguém (onde toda a gente) partilha (generosa, entusiasticamente) os seus amores, esperando que, ao partilhá-los, o entusiasmo por eles cresça: até não cab...
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral