Avançar para o conteúdo principal
A alegria contra todas as evidências
Gosto muito desse filme do Dreyer, mas a maneira como vejo o seu final não é, necessariamente, da ordem da transcendência, mas sim da promessa, da alegria contra todas as evidências, da ideia de que embora finitos podemos ilimitar a finitude, de que há perante nós formas diferentes de desconhecido, e haverá sempre. E por outro lado, nesse final, quando ela se levanta na cama, e há um beijo, há um fio de baba que escorre da boca dela, ou uma lágrima, já não me lembro, um pequeno fluxo: aquilo é no limite ainda-terra, ela regressa à vida mas morrerá. E ela é da terra. Simplesmente o que ali encontramos é uma promessa cumprida e realizada.
Comentários