Por que razão há momentos tão perturbantes em Nana, de Valérie Massadian? Por que motivo, em certos planos, sentimos medo daquela menina de quatro anos? Respondo por mim: porque Nana tem uma imaginação assombrosa.
Se esse tipo de imaginação é uma manifestação natural na infância, é um dado mais ou menos irrelevante. A imaginação que não compreendemos ou controlamos é sempre uma ameaça. A imaginação «ingénua» (aspas vigorosas aqui) de uma criança como Nana ou a de um «louco» (aspas ainda mais vigorosas) provocam medo. A imaginação de um grande artista é um sobressalto permanente. A nossa própria imaginação pode lançar-nos no pânico.
E a sequência que Valérie Massadian nos propõe, quase no final do filme, como uma possível «explicação» para os acontecimentos, não ajuda a esclarecer, apenas aumenta a nossa perturbação. Porque a dúvida persiste, agora e sempre: o que é real e o que é fantasia? Sem a ilusão de que existe uma fronteira clara entre os dois mundos, a terra foge-nos debaixo dos pés.
Se esse tipo de imaginação é uma manifestação natural na infância, é um dado mais ou menos irrelevante. A imaginação que não compreendemos ou controlamos é sempre uma ameaça. A imaginação «ingénua» (aspas vigorosas aqui) de uma criança como Nana ou a de um «louco» (aspas ainda mais vigorosas) provocam medo. A imaginação de um grande artista é um sobressalto permanente. A nossa própria imaginação pode lançar-nos no pânico.
E a sequência que Valérie Massadian nos propõe, quase no final do filme, como uma possível «explicação» para os acontecimentos, não ajuda a esclarecer, apenas aumenta a nossa perturbação. Porque a dúvida persiste, agora e sempre: o que é real e o que é fantasia? Sem a ilusão de que existe uma fronteira clara entre os dois mundos, a terra foge-nos debaixo dos pés.
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