Estava à procura de edições portuguesas de Gamiani ou Deux nuits d'excès, o romance erótico atribuído a Alfred de Musset. O sítio da Biblioteca Nacional levou-me à edição da Arcádia, de 1975: Gamiani ou Duas noites de prazer. O tradutor chama-se Belisário Praxedes. Um pseudónimo, certamente. Pesquiso outros livros traduzidos por Praxedes. Surgem mais três referências, todas elas de clássicos eróticos: Os onze mil vergalhos, de Apollinaire; e Fanny Hill e A vida secreta de um estudante, ambos de John Cleland. Consulto o dicionário. Belisário significa «aquele que perdeu a riqueza» e é um adjectivo que serve para designar uma pessoa «pobre», «que tem má sorte». Praxedes vem do grego praxiádes, cujo significado está relacionado com os verbos «praticar», «agir», «fazer» e «experimentar».
Um tradutor cuja pobreza não o impede de fazer e praticar. Uma existência muito baudelairiana.
Um tradutor cuja pobreza não o impede de fazer e praticar. Uma existência muito baudelairiana.
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