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Etileno e tanino

«Há uns anos, uma notícia surpreendeu cientistas e vigilantes da natureza: durante a estação seca, num período particularmente quente, centenas de antílopes no sul de África foram envenenados por árvores do género Acacia. Depois de vários meses sem chuva, estas plantas desesperavam para manter alguma folhagem, e havia que impedir a herbivoria. O mecanismo de defesa incluiu então duas etapas, a cumprir em não mais de meia hora: a emissão de um alerta (com etileno) pelas plantas com folhas já danificadas, avisando sobre a presença de predadores; e a produção extra e imediata de tanino pelas árvores notificadas, tornando as folhas mais amargas. O objectivo deste processo não era matar os animais, para quem essas árvores sempre foram a fonte principal de alimento. O sabor desagradável das folhas deveria repeli-los e levá-los a procurar alimento noutras paragens, evitando desse modo que dizimassem as plantas. Infelizmente, sem alternativa num local tão árido, os bichos comeram as folhas tóxicas — e os botânicos descobriram que afinal as plantas, sempre tão silenciosas, comunicam entre si. (…)»

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