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Vendedor de aquecedores

Thomas Bernhard, diz, não tinha particular interesse ou admiração pela academia e por isso deu-lhe um certo gozo quando emprestou livros para uma exposição e participou num ciclo dedicado ao autor alemão, no CCB, e, no meio de um dos debates, teve a oportunidade de frisar que ele, que tanto tinha lido Bernhard, não era um investigador, mas apenas um leitor. “Estavam a tratar-me por ‘professor isto, professor aquilo’”, conta. “E eu disse: ‘Desculpe, há aí uma confusão: eu não sou professor de nada, sou vendedor de aquecedores.”

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