O macaco-de-nariz-pontiagudo sai de cena e entra o filósofo. O filósofo faz trinta minutos de abdominais, flexões e polichinelos. Abandona o palco, muito satisfeito com a sua condição física, e entra o padre. Um homem maravilhoso, maravilhoso. Desaparece e entra o comediante. Este coça duas ou três vezes a orelha direita com o indicador, acende um cigarro e deita-se no chão durante alguns minutos. O comediante, com licença do leitor, está um pouco bêbado. - Eu dou licença – diz o leitor. Pouco depois o comediante sai, um tanto a custo, e entra o economista, que traja limpa e admiravelmente. O economista vai-se embora quando entram as batatas. As batatas dizem coisas deste teor: “Desculpem, minhas senhoras e meus senhores, mas não passamos de pobres batatas. A natureza não foi pródiga no génio e nas capacidades que nos deu. Em todo o caso, e sem querer perturbar o frágil equilíbrio do cosmos, e também com a devida licença do leitor, gostávamos de dizer umas quantas verdades.” - Eu do...