All fiction writers work by indirection: to show not to tell.
É como um exercício de ilusionismo: todos os bons escritores têm um truque. Eudora Welty, que também foi uma excelente fotógrafa, constrói visões espantosas dentro dos olhos do leitor. Visões cheias de cor, textura, pormenor, luz, sombra, mas também, e sobretudo, visões que têm som, cheiro, temperatura, emoções. Visões cheias de vida, mais impressionantes do que fotografias ou filmes, porque é a nossa imaginação que está em movimento. Mais fortes até do que a própria imaginação, porque estão vivas. Uma espécie de outra realidade criada pela ficção. E o leitor mergulha serena e secretamente neste truque assombroso.
Nos canteiros de flores saltitavam os piscos do costume. O sistema de rega gotejava agora. Entrámos de novo em casa pela porta das traseiras. As nossas mãos tocaram-se. Pisámos o canteirinho de hortelã-pimenta da Tellie. O gato amarelo esperava para entrar connosco, a maçaneta da porta estava tão quente como a mão, e no degrau, a estorvar os pés de um par de pessoas, estavam os frascos de vidro com as plantas a ganhar raiz na água...
(Tradução de Diana V. Almeida)
Eudora Welty é o tema da primeira Acta, a edição exclusiva de ªSede.
Nos canteiros de flores saltitavam os piscos do costume. O sistema de rega gotejava agora. Entrámos de novo em casa pela porta das traseiras. As nossas mãos tocaram-se. Pisámos o canteirinho de hortelã-pimenta da Tellie. O gato amarelo esperava para entrar connosco, a maçaneta da porta estava tão quente como a mão, e no degrau, a estorvar os pés de um par de pessoas, estavam os frascos de vidro com as plantas a ganhar raiz na água...
(Tradução de Diana V. Almeida)
Eudora Welty é o tema da primeira Acta, a edição exclusiva de ªSede.
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