O que aconteceu a uma menina
Era uma vez uma menina pequena que foi passear a boneca e encontrou dois passarinhos muito simpáticos. Fez-lhes uma ligeira reverência e disse-lhes: «Bom-dia, passarinhos!... Querem brincar comigo?... Tenho pevides no meu saquinho e dou-lhes também.» Um dos passarinhos disse: «Eu quero!» E o outro disse: «Eu também!» E divertiram-se muito quase até à noite. A certa altura, os passarinhos disseram: «Agora queremos ir embora.»
Ora bem, juntamente com a noite a chegar, chegou também à cabeça da menina um pensamento maldoso; disse aos passarinhos: «Ainda tenho pevides no fundo do meu saquinho; se quiserem, podem vir buscá-las.» Os passarinhos foram muito depressa e, crac!, a menina apertou logo os cordões e os passarinhos ficaram presos. De nada lhes valeu gritarem e gritarem: a menina levou-os no saco.
Nessa mesma noite, rondava precisamente por ali um gatarrão. Ao ouvir gritar os passarinhos, apareceu logo a correr. Quando a menina o viu fez-lhe uma das suas mais bonitas reverências — uma que o primo mais velho lhe tinha ensinado — e disse-lhe: «Bom-dia, senhor gato!» O gato não respondeu nada. E a menina teve medo ao ver aquele bicho tão grande a avançar para ela com uns olhos tão grandes e uma boca tão grande. Teve muito medo e desatou a chorar. O gato quis lá saber. Engoliu-a de um trago (foi muito bem feito) e foi-se embora todo contente e lambendo os beiços, ao passo que os passarinhos, aos quais o gato não prestara qualquer atenção, se pisgaram rapidamente para o lado contrário. E é tudo.
Era uma vez uma menina pequena que foi passear a boneca e encontrou dois passarinhos muito simpáticos. Fez-lhes uma ligeira reverência e disse-lhes: «Bom-dia, passarinhos!... Querem brincar comigo?... Tenho pevides no meu saquinho e dou-lhes também.» Um dos passarinhos disse: «Eu quero!» E o outro disse: «Eu também!» E divertiram-se muito quase até à noite. A certa altura, os passarinhos disseram: «Agora queremos ir embora.»
Ora bem, juntamente com a noite a chegar, chegou também à cabeça da menina um pensamento maldoso; disse aos passarinhos: «Ainda tenho pevides no fundo do meu saquinho; se quiserem, podem vir buscá-las.» Os passarinhos foram muito depressa e, crac!, a menina apertou logo os cordões e os passarinhos ficaram presos. De nada lhes valeu gritarem e gritarem: a menina levou-os no saco.
Nessa mesma noite, rondava precisamente por ali um gatarrão. Ao ouvir gritar os passarinhos, apareceu logo a correr. Quando a menina o viu fez-lhe uma das suas mais bonitas reverências — uma que o primo mais velho lhe tinha ensinado — e disse-lhe: «Bom-dia, senhor gato!» O gato não respondeu nada. E a menina teve medo ao ver aquele bicho tão grande a avançar para ela com uns olhos tão grandes e uma boca tão grande. Teve muito medo e desatou a chorar. O gato quis lá saber. Engoliu-a de um trago (foi muito bem feito) e foi-se embora todo contente e lambendo os beiços, ao passo que os passarinhos, aos quais o gato não prestara qualquer atenção, se pisgaram rapidamente para o lado contrário. E é tudo.
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